SE O TEMPO FOSSE OURO..., TALVEZ PUDESSES PERDÊ-LO. - MAS O TEMPO É VIDA, E TU NÃO SABES QUANTA TE RESTA.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

NOBREZA, IMITAÇÃO E EDUCAÇÃO .



ASSISTA O VÍDEO DA CORAÇÃO DA RAINHA ELIZABETE II, OBSERVE AS RELAÇÕES ENTRE AS VÁRIAS CLASSES SOCIAIS.
DEPOIS LEIA O TEXTO E:
1) EXPLIQUE A IMITAÇÃO COMO FATOR DE EDUCAÇÃO OU DE "DES-EDUCAÇÃO DO POVO."
2) QUAL OS EXEMPLOS QUE VC PODE OBSERVAR NO VÍDEO?
3) QUAIS EXEMPLOS QUE NOS SÃO PASSADO HOJE NOS PROGRAMAS DE TV? ELES NOS EDUCAM? SIM? NÃO? EXPLIQUE.
4) MENCIONE OS PRINCIPAIS ASPECTOS DO TEXTO.
EM DUPLAS - PAPEL SUFITE BRANCO , CAPA PADRÃO, MANUSCRITO, ENTREGA ENTRE 18 E 22 DE OUTUBRO.


https://www.youtube.com/watch?v=wKzlKwpm17U



EDUCAÇÃO E NOBREZA, A IMITAÇÃO DA NOBREZA E A IMITAÇÃO PARA A IMBECILIZAÇÃO DO POVO.

*A dependência de um homem em relação a outro

De acordo com a boa doutrina da sociedade liberal, tive ocasião de mostrar que o normal do homem, é ser inteiramente sui juris livre, maior de 21 anos de idade, que não obedece a ninguém a não ser ao Estado, não tem ninguém abaixo de si porque só quem tem alguém abaixo de si é o Estado.
Mostrei que o oposto disto, na ordem política e social, eram os homens da Idade Média, ligados entre si por determinados vínculos e determinados contratos a outros homens aos quais eles se davam - como superior ou como inferior - de corpo e alma, de maneira a formar um contrato de solidariedade, que tinha na [vassalagem] feudal a sua expressão mais típica, mas que existia em toda a vida e pela qual a relação homem a homem não se fazia apenas através desses contratos de locação de serviço. Fazia-se por um verdadeiro imbricamento de toda a vida, por uma verdadeira interpenetração de todos os interesses, de todos os ideais, gerando da parte do superior a obrigação da proteção, que era o dever do suserano, e gerando da parte do vassalo a obrigação de fidelidade, de obediência.
E então o normal do homem medieval era exatamente não corresponder nunca ao conceito contemporâneo do maior de idade, sui juris, independente, que é dono do seu nariz e que faz o que bem entende.
Esta diferença de realidades gerou um terreno imponderável e importante que devemos analisar, gerou conseqüências de caráter muito interessante.
* O homem contemporâneo imita muito, mas não gosta de dizer que imita
Na sociedade contemporânea, de fato, imita-se.
Quais são as pessoas que se imitam na sociedade contemporânea?
Antes de tudo, em matéria de modas. Em modas, afinal de contas, vivemos da imitação. É preciso saber o que é que está sendo usado, e o que está sendo usado não obedece a nenhuma regra da razão.

POLÍTICA


CANDIDATO A DEPUTADO FEDERAL - 2010
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D. PEDRO II - IMPERADOR DO BRASIL.

Por exemplo, há uns anos atrás, para casamento, era de rigor a pessoa pôr um terno azul e gravata prateada. Hoje já não é assim. E o coitado que sem saber disto, se mete num casamento com uma gravata prateada dos tempos de outrora, é olhado por todo o mundo e sente uns imponderáveis.... "Ele é um pobre atrasado, que ainda não percebeu que não se usa isto para casamento".... Pode usar fora do casamento, mas não nele.
Por que isto?
Porque na cidade de São Paulo um certo grupo de pessoas resolveu empurrar esta regra. Mas esta regra é imposta a um grupo porque outro grupo internacional mais importante adotou esta regra e a lançou. E como esta regra foi lançada bem do alto, ela vem repercutindo até São Paulo.
Notemos que isto é uma tal contradição com os princípios admitidos pela sociedade atual, que ninguém ousará dizer que vive com a atenção vigilante para saber qual o grito da última moda a seguir.
Mesmo uma senhora não terá uma tal formulação, de tal maneira o espírito de revolta de hoje em dia repugna quaisquer imitações. Mas se isso fosse a única imitação não seria nada. O homem contemporâneo imita artistas de cinema, imita as pessoas que imitam os artistas de cinema. Até as casas entram na moda e passam da moda. De maneira que há determinados tipos humanos que entram na moda e depois também saem da moda.
A imitação impõe-se a tudo, determina tudo. O homem contemporâneo imita muito, mas não gosta de dizer que imita.
Imita em modos de trabalho. Por exemplo, de repente generaliza-se uma versão no meio dos advogados: tal tipo de esperteza foi descoberto por fulano que é o último tipo de esperteza. Todos os advogados aprendem e aplicam aquela esperteza. De repente aquela fica banal e aparece uma velhacaria mais velhaca; aquilo passa para a penumbra e a nota do advogado evoluído é outro gênero de velhacaria.
Isto se dá com as construções, com os diagnósticos, com os tratamentos. Há alimentos que entram e saem da medicina.
A imitação é um fenômeno humano, mas essa imitação supõe uma certa dependência. Supondo uma certa dependência, ela é contrária às idéias de igualdade republicana. E por causa disto é um fenômeno ao mesmo tempo muito evidente e mais ou menos clandestino da sociedade contemporânea.
* O homem tem necessidade de um modelo a quem imitar
E em face dessa anomalia, — de uma coisa que o mundo contemporâneo tem de praticar e que pratica de um modo errado e servil, mas de outro lado é uma coisa que tem certa razão de ser, — deveríamos perguntar qual a razão de ser da imitação, qual o limite da imitação e ver como é que essa função da imitação pode ser institucionalizada dentro de uma sociedade.
Para esta institucionalização, o exemplo da Idade Média ser-nos-á da mais alta importância. A imitação propriamente, o que é?
Devemos reconhecer que a maior parte dos homens não têm uma inteligência muito dada à abstração e vê as coisas abstratas na medida em que elas são realizadas em situações concretas.

Lider


sir Winston Churchill - PRIMEIRO MINISTRO DA INGLATERRA QUE LUTOU CONTRA O NAZISMO
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Ernesto Guevara - Lider Comunista.

Por exemplo, o amor materno ou o amor filial, só se chega a conhecer bem quando se conhece uma boa mãe ou um bom filho. Não tendo conhecido uma boa mãe ou um bom filho a pessoa não sabe bem o que é o amor materno ou o amor filial.
Porque abstratamente pode-se saber o que é uma boa mãe: se usará a comparação do pelicano, se usará de outras abstrações ou de outras analogias, e não é preciso ter o conhecimento concreto de uma boa mãe para se saber verdadeiramente o que é amor materno. Mas a maior parte das pessoas não vai ao compêndio para ver o amor que uma mãe deve a seu filho; elas analisam uma boa mãe com seu bom filho, intuem se aquilo está direito e daí depreendem algumas determinadas regras.
Quer dizer, a inteligência humana é, por sua natureza, concreta. Ela se volta para as situações de caráter concreto. É vendo que certas situações concretas estão em ordem que ela acaba compreendendo teoricamente como a coisa deve ser. Os conceitos não descem das abstrações para a Terra, mas eles sobem desta para as abstrações.
Eu tive um colega que, aos 16 anos, para manter a conversa em sociedade tinha um manual de conversação e, depois, quando ia às festas, levantava as conversas lidas no manual.
É uma inteligência deformada, porque não é assim que se aprende a conversar. Aprende-se a conversar, conversando. Muito tempo depois a gente percebe as regras que seguiu para conversar. A inteligência humana vê as situações concretas e das situações concretas sobe aos ápices. Isto dá a fundamentação do ser.
O homem não pratica a virtude lendo a bíblia, lendo uma doutrina qualquer, e depois cuidando de praticar a virtude. Ele vê pessoas virtuosas e aqueles exemplos de virtude lhe mostram praticamente o que a virtude é. Ao mesmo tempo, em um livro de filosofia, ele vai ver o que é a virtude. Se essas duas coisas se justapõem, ele tem uma noção da virtude. Mas é por meio do exemplo que ele tem uma noção viva, concreta das coisas; é por meio do exemplo que ele forma seu espírito.
O exemplo tem, dentro da vida social, um papel primordial. Papel primordial no que diz respeito à virtude, no sentido mais amplo da palavra. Não só à virtude moral, estritamente falando, mas a tudo quanto é qualidade ou capacidade.
Suponhamos, por exemplo, bom gosto. Como se adquire? Bom gosto é uma qualidade inata, mas muita gente o desenvolve vendo outras pessoas de bom gosto, ainda que seja um gosto profundamente diferente do nosso.
Mas é no contato com elas, vendo o que elas fazem, ouvindo o que dizem, procurando imitá-las, é que a gente acaba compreendendo como é o bom gosto.
Quer dizer, é preciso ter uma porção de situações concretas para aprender depois como as coisas realmente devem ser.

QUEM É O PADRE?

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* Uma das mais importantes funções da nobreza é servir de modelo
Esta consideração nos leva a uma idéia um pouco mais alta. Tínhamos visto as múltiplas funções da nobreza. Faltava-nos analisar uma função que é uma função muito importante: a de elite.
Qual é o papel do nobre?
O nobre, na ordem psicológica das coisas, é constituído exatamente para ser imitado. O nobre é um homem de uma organização social, constituído para servir de exemplo em tudo, e para ser imitado em tudo.
Deve ter as fórmulas de vida, as fórmulas de pensamento, de existência, de ação, deve servir de modelo e padrão para todos. E todo o mundo, na consideração daqueles nobres, deve modelar a sua vida. Esta é uma das mais importantes funções da nobreza.
De que maneira a nobreza realiza esta função?
Por uma forma que assim poderia ser definida: vamos tomar uma corrente elétrica que passa por determinado metal e ninguém vê. Tocando com um dedo ali, sente-se um choque, mas não se percebe a corrente. Mas o tungstênio, por exemplo, oferece à eletricidade uma certa resistência e em conseqüência desta resistência produz uma incandescência. Aquela energia elétrica passando pelo tungstênio, se transforma em luz. Então, daí vem a iluminação. Eu diria então que o papel da nobreza em relação à inteligência, ao estudo, à cultura, é o papel do tungstênio.
O intelectual, o professor universitário, estuda, acumula idéias, forma princípios e os ensina às classes altas de um país. O professor universitário, o intelectual, não são necessariamente de classe alta, porque a inteligência tem esta coisa meio democrática de florescer em qualquer classe.
De maneira que tomando esta circunstância de que o espírito sopra onde quer, o intelectual não é provavelmente nem necessariamente um homem de alta sociedade. Mas venha de onde vier, o papel dele é ler e estudar. Depois ele forma determinados intelectuais de qualidade secundária, que são preceptores.
Um preceptor é um homem muito inteligente, mas de um feitio de inteligência diferente. Ele recebe a alta cultura do professor universitário e vai formar crianças com isto. Ele transforma a alta cultura em mercadoria pedagógica, e ele sabe dar uma educação na qual esta alta cultura está impregnada.
Este preceptor, altamente eletrificado pelas eletricidades da alta cultura, vai formar crianças nobres. E estas crianças nobres que ele forma são crianças que acabam tendo um grande discernimento intelectual, mas já em estado de tungstênio. A cultura passa pela cabeça dessas crianças, não para descobrirem fórmulas de pensamento, mas para organizarem a vida de acordo com os princípios que receberam.
Por exemplo, eu imagino São Tomás de Aquino. Como é que a Escolástica de São Tomás de Aquino poderia se tornar um valor cultural dentro da sociedade medieval? Seria por causa dos bandos de estudantes que o acompanharam?
Estes estudantes eram homens secundários na vida medieval. Entre esses estudantes havia alguns que tinham a educação de famílias nobres da Idade Média. Educavam crianças dentro da lógica, das convicções, do espírito de São Tomás.
Essas crianças não iam continuar a Filosofia. Essas crianças iam viver, iam organizar a vida, iluminadas pelo pensamento de São Tomás de Aquino. De maneira que iam governar escolasticamente, iam divertir-se escolasticamente, iam construir escolasticamente, iam transformar em ação, em vida, aquilo que na cabeça de São Tomás tinha sido puro pensamento.
A função do nobre é, então, transformar o pensamento em vida, a doutrina em realidade. Produzir essas organizações políticas, sociais, esses sistemas artísticos. São esses tipos de homens, — individualmente considerados, — altamente aculturados em que tudo é impregnado de pensamentos, iluminado por pensamentos, embora eles mesmos não sejam puros intelectuais, que tomam a realidade, a manipulam, colocam nela toda a integridade do intelectual, preparam organizações sociais cintilantes de radioatividade intelectual. Estão entre a inteligência e a prática e aí está o papel da nobreza.
O nobre toma a doutrina, concebe-a, formula-a como ela lhe foi dada pelo homem de pensamento, e depois inaugura sistemas de vida que estão dentro desta linha.
Por exemplo, com respeito à relação com o inimigo, a doutrina católica tem uma série de preceitos: o inimigo deve ser combatido, mas temos deveres em relação a ele. Temos o dever da lealdade em relação ao inimigo, devemos combater com armas que não sejam infames nem nefandas.
Por outro lado, nosso ódio ao inimigo é um ódio em certa medida legítimo, mas é um ódio que é proporcionado à gravidade da injúria que recebemos. De maneira que não podemos inferir ao inimigo um dano atroz por uma injúria que, por sua natureza, não é atroz. Por outro lado ao inimigo mesmo, devemos um certo respeito. Por fim, ao inimigo, além do ódio, devemos também amor e por causa disso, em certas circunstâncias, nós devemos ter em relação ao inimigo tais atos e tais procedimentos.
Isto é excogitado pelo teólogo, pelo filósofo.
O que faz um nobre?
Ele constituía as regras de combate da Idade Média, que cabem debaixo do título geral de cavalheirismo. Exatamente a idéia de que o inimigo deve ser combatido num duelo, mas num duelo frente a frente, de acordo com determinadas regras, em que os homens se medem por sua coragem e não por ciladas infames, é uma manifestação de respeito que cada combatente tem para consigo mesmo e para o outro combatente.
Vemos até que o combate é verdadeiro combate, e que como a guerra é movida por um ódio que pode ser um ódio santo, ela visa o extermínio do outro, mas visa também que quando, por uma razão qualquer, o combatente está posto fora de combate, cessado o combate, cessa o ódio, começa o amor. É o respeito ao prisioneiro, ao ferido, a proteção ao adversário fraco, etc.
Quer dizer, de um conjunto de princípios de moral, um nobre toma um estilo de guerrear. E esse estilo de guerrear se generaliza entre os nobres do Ocidente, constitui um costume que, por sua vez, constitui um valor de toda a civilização.
Temos então princípios; a nobreza os transforma em costumes, estilos de vida. E esses costumes e estilos de vida acabam sendo a própria realização da vida social. O nobre é, portanto, um exemplo que deve ser imitado.
Ficamos então diante do problema da imitação, em termos da Idade Média, ficamos colocados neste princípio: a imitação é uma coisa tão justa, tão legítima, que ela é até institucionalizada. E existe uma classe que é destinada a servir de exemplo a outras classes que devem imitá-la. Nisto está exatamente uma das mais altas responsabilidades da nobreza.
Por exemplo, o prazer. O Cristianismo dá a respeito do prazer certas noções de caráter geral. O prazer deve ser antes de tudo conforme a lei de Deus. Não deve ter nenhum atentado à moral e, pelo contrário, deve quanto possível desenvolver a virtude. Em segundo lugar, o prazer deve ser uma verdadeira distensão. Não podemos conceber prazeres aplicados, prazeres esforçados, pois acabam não sendo nenhum prazer.

MODA

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Com estes princípios alguém aprende a se divertir?

Imaginem que um dos senhores me dissesse: "Acho a vida maçante e não sei me divertir".
Eu diria: "Meu caro, dois conselhos..". E diria o que disse há pouco. Nada mais ... por quê? Porque daí não se deduz nada.
Dizer: "Faça uma distensão honesta e você se divertirá".
Vem logo a pergunta: "Mas o que é uma distensão? E depois, como fazer uma distensão honesta? Como organizar para mim mesmo uma distensão honesta? Não sei".
É simples. Distensão é o contrário de tensão. É um conceito negativo. Se quer aprender a distender-se, veja aquilo que o relaxa a si mesmo e pratique isto.
Entretanto, não se faz isto com princípio. Exatamente há uma classe que tem esta função. Imaginem um estilo de distração honesto que serve para uma determinada época, para uma determinada mentalidade, para um determinado povo e um determinado lugar. Ele se propaga e se propagando ensina os outros a viver.
Temos aí a função da imitação e a função da nobreza.

Um comentário:

JOANA disse...

Blog Otimoo Professor .. Parabéns ;}

Beiijoo' ..

by: Joana Rosa Angelo