SE O TEMPO FOSSE OURO..., TALVEZ PUDESSES PERDÊ-LO. - MAS O TEMPO É VIDA, E TU NÃO SABES QUANTA TE RESTA.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A INFLUÊNCIA DAS IDÉIAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL


Temos que dar conta neste capitulo de dois temas colocados pelo eminente professor João Cruz Costa em seu livro Contribuição à História das idéias no Brasil. O primeiro é que a educação da Companhia de Jesus procurou formar muito mais um homem cristão, do que latino (COSTA; p. 36, 1945) a segunda, essa educação nos aleijou do progresso cientifico e filosófico europeu. (COSTA; p 35, 1956).
Não parece ser este o caminho do Brasil. O que precisa ficar claro em nossa argumentação, é que, a influência de idéias estrangeiras no Brasil e a atual e formação acadêmica excessivamente crítica, no mau sentido da palavra, desviam nossos olhos de um Brasil “real” que se encontra latente naquilo que passo a chamar de “modo de ser brasileiro.”
Esse modo de ser, explica em grande parte a “falta de originalidade” que apontam, com razão Cruz Costa, Hélio Jaguaribe, e quase todos os que se colocaram a pensar a filosofia no Brasil.
A nosso ver, tal critica se coloca por dois motivos. Em primeiro lugar a maioria da leitura técnica da filosofia, considera como digna de nota, somente a produção intelectual saída diretamente da tradição filosófica, mais especificamente, a tradição filosófica moderna e contemporânea. Em segundo lugar, por que nossos intelectuais, não conseguem ver mais o Brasil real, dado a influência das filosofias alienígenas que aqui vieram se instalar, mais especificamente o positivismo e o marxismo.
Episódios da libertação dos escravos, da queda da monarquia, e da economia brasileira fora da matriz da revolução industrial, são completamente ininteligíveis para nossos intelectuais, se não forem consideradas a partir de uma visão de mundo moderna, e hoje em dia, sob a ótica marxista.
Nos Estados Unidos a luta entre 11 estados do sul aristocrático e agrário contra e os estados do norte industrializado, dedicado a estilos mais modernos de vida, e a questão de um modelo baseado na mão de obra livre ao invés da mão de obra escrava, chamada Guerra Civil Americana ou Guerra de Secessão, ocorrida entre 1861 e 1865, foi uma carnificina que matou 970 mil pessoas, 3% da população americana da época.
No Brasil, em 28 de setembro de 1871, votava-se no senado a Lei do ventre livre. Quando se verificou, pela votação, a vitória do Visconde do Rio Branco, que defendia a aprovação da lei, o povo que enchia as galerias irrompeu em manifestação ao grande estadista, lançando-lhe sobre a cabeça braçadas de rosas. Terminada a sessão, o embaixador dos estados Unidos, James Rudolph Partridge, ao se dirigir aos senadores pegou algumas daquelas flores e disse; “Vou mandar estas flores ao meu país, para mostrar como aqui se fez, deste modo, uma lei que lá custou tanto sangue!”. A abolição ocorrida a 13 de maio de 1888, também ocorreu em clima de festividades e não de rebelião. (XAVIER; p. 84, 1991).
Também a instauração do regime republicano no país, derrubando a Monarquia, que ocorreu no dia 15 de novembro de 1889 no Rio de Janeiro, foi uma proclamação e não uma guerra cívil, e o próprio imperador proibiu reações armadas, e saiu do pais sem levar nenhum dinheiro dos cofres públicos que lhe eram oferecidos pela junta republicana.
Para a nova intelectualidade brasileira, esses fatos nada revelam. Mas vivem a nos lembrar do golpe de 68 e no nosso “triste passado colonial”. Para eles também nada significa que em 2007 o agronegócio tenha representado 23,07%, (Inesc, 2008) e que nosso programa de bio combustíveis tenha sido elogiado por Obama, candidato ao governo dos EUA. (GARCEZ, 2007), para eles, esses fatos em nada inserem o Brasil como potência na comunidade internacional.
Para a intelectualidade brasileira, esse “conteúdo espiritual”, essas soluções, esse modo de ser, nada significa! Assim como nada significou a grande obra missionária jesuítica para a defesa dos índios (MADUREIRA; v. I, 16-90, 1927).
Desse modo, preferem adotar importações, que nos dão uma visão acabada do mundo, e não trabalhar em um “mundo” a construir.
Vieira de Mello (p.27; 1980) em seu livro, Desenvolvimento e Cultura, mencionava importantes aspectos relacionados ao problema da influência das idéias estrangeiras na cultura brasileira. Seu primeiro capítulo começa por colocar a concepção de subdesenvolvimento, fortemente difundida no Brasil dos anos 70 e 80, que ressalta a situação do país, dependente econômica e culturalmente do exterior, de modo especial dos paises do chamado primeiro mundo. À idéia de subdesenvolvimento, se opõe a concepção das gerações passadas, que possuíam o sentimento de serem uma nação nova, inexperiente e, portanto com um pequeno ativo de realizações. Esta simples mudança de ênfase gera uma mudança de expectativa por parte da população. A noção de um país novo é entendida como mais natural e coerente, e gera sentimentos otimistas, a aspiração de criar as bases de sua emancipação econômica e espiritual, ao passo que a idéia de subdesenvolvimento, suscita a impaciência, irritação e revolta.
A história da infiltração de idéias estrangeiras na cultura nacional não começa no século XX, mas é um fenômeno que se torna evidente a partir da vinda da família real para o Brasil. Logo os trajes utilizados na capital do Império se tornaram semelhantes aos usados na Europa, apesar do clima quente e úmido, dominavam a cartola, o chapéu côco e casacos.
A influencia filosófica mais marcante no Brasil, foi também a francesa, sob a égide do positivismo de Augusto Comte. Os principais frutos dessa filosofia foi a Abolição e a República, duas conquistas de vulto do positivismo, como doutrina social. Sem Benjamin Constant e seus discípulos positivistas a República não se teria proclamado em 15 de novembro de 1889, nem se teria mantido, pois foram os adeptos de Comte, civis e militares, as principais bases de Floriano Peixoto.
Também as instituições originadas com a República, como as primeiras constituições, a separação entre a Igreja e o Estado, liberdade religiosa; a liberdade de imprensa, a liberdade de cátedra, a liberdade de reunião, a liberdade de greve, a condenação de qualquer discriminação racial, a proteção aos silvícolas são características do movimento positivista.
Filosoficamente, o positivismo prega que não podemos conhecer nada além dos fenômenos sensíveis e suas leis. Tudo é relativo. O ser e o ser corporal são para a nossa razão uma mesma coisa, e, em nós, não há nenhuma faculdade espiritual capaz de conhecer um objeto espiritual. Toda a especulação filosófica então seria obra da imaginação, sobre aos fatos, observáveis, mensuráveis e sensíveis, e suas leis observáveis. Quer dizer que por sua natureza, o homem está condenado a ignorar tudo o que ultrapassa a ordem empírica. Qualquer investigação que pretenda elevar-se acima de fatos, indagando-lhes a origem, o fim e as causas, está condenada ao fracasso. O homem só conhece o positivo, quer dizer, o sensível. É a negação da filosofia que é assimilada pela ciência.
O surgimento da USP que se deu em torno da faculdade de Filosofia Ciências e Letras, também se deu com fortíssima influência francesa. Durante aproximadamente quarenta anos, o departamento de Filosofia da USP teve professores franceses, pagos pelo menos em parte pelo governo da França e que ministravam parte de seus cursos em sua língua nativa. Entre eles estão os grandes nomes de Gilles-Gaston Granger, Claude Lefort, Gérard Lebrun, e Claude Lévi-Strauss.
Somente com a segunda guerra mundial é que a influencia francesa no Brasil, começa a enfraquecer até perder lugar para a influência americana e para a influência filosófica do marxismo.
Mas o real efeito da influência francesa no Brasil, foi a ruptura com a cultura, portuguesa, indígena, negra e jesuítica que vinha se desenvolvendo desde o inicio da colonização.
A influência americana no Brasil ganha contraste com a infiltração marxista, criando uma forma de ver a realidade nacional, polarizada entre esses dois extremos. Esse modo de ver falseou nossa visão de mundo, e se tornou predominante principalmente nos anos da guerra fria e do golpe militar de 64.
Já em 1937, Corrêa de Oliveira expressa essa polarização nos seguintes termos: “A nossa situação é esta: estamos aptos a ter um dos operariados mais católicos ou mais bolchevistas do mundo, dependendo tudo de quem tomar a dianteira, se os propagandistas de Deus e de sua Santa Igreja, se os de Satanás e da III Internacional.” (1937)
O problema que o pensador católico levanta, não é uma questão apenas da vitória de um grupo ou de um partido político. O marxismo é um conjunto de idéias, de conceitos, de teses, de teorias, de propostas de metodologia científica, de estratégia política e de concepção de mundo, da vida social e política, que constituem uma verdadeira doutrina. (BOBBIO, p.738, 1992)
Fica claro que o partido comunista é apenas uma ponta de uma filosofia muito mais ampla com características sectárias, travestida de movimentos sociais. Na verdade, é uma maneira de pensar de ser e de querer direcionadas através de uma estrutura ideológica-partidaria coesa, com fins muito bem determinados, e que portanto, tudo que pensado e feito sob a orientação marxista não tem uma relações de fins intrínsecos, mas extrínsecos. Quer dizer, todos os atos políticos por exemplo, visam a implantação da revolução, de acordo com as doutrinas marxistas, e não a solução de problemas reais. A realidade é substituída por um modo de ver e de sentir as coisas a maneira marxista.
Assim, o sistema marxista é o materialismo levado a suas últimas conseqüências. Só existe a matéria. O homem é pura matéria. Ao invés de Deus e da alma, uma força misteriosa impele esse universo material em um processo contínuo de evolução. Da matéria bruta, surgem as plantas e todos os animais, e também o homem, que um dia se transformará também, pelo processo evolutivo, em outro ser.
O ser é relativo, e assim também as idéias. Sendo assim a metafísica, a moral, o principio de contradição, os princípios de identidade e a verdade não existem. O homem cria a verdade, o bem é o que eu quero que o seja. Não há uma ordem natural que possa ser observada, portanto não há um direito natural nem autoridade que seja legitima.
O homem comunista é o homem “liberto” de todo modo de pensar cultural e tradicional estabelecido na história. O bem não está nas coisas mas no que contribui para meu bem estar subjetivo, verdade é o que me convém. Ora, a massa é a soma dos indivíduos, dos “eu” que a compõem, de tal maneira que, a expressão máxima do homem é a massa, o proletariado, a massa pobre dos trabalhadores que é o arbitro supremo do bem e da verdade. Espantosa aniquilação do ser e da individualidade.
Toda a noção de religião, autoridade, seja do representante da nação, dos pais, dos professores, dos patrões, a propriedade priva e as leis, são quimeras, e a moral, um preconceito burguês.
O homem não deve ter nenhuma preocupação religiosa ou moral. Sua única preocupação deve ser a luta para dar ao proletariado o domínio absoluto da sociedade e proporcionar a todos os seus semelhantes, reduzidos a condição de proletários, o bem estar material.
A força que impele esse processo brutal é a luta entre os opostos, a dialética. No universo, não há harmonia, mas uma desarmonia constitucional. Do choque entre os elementos opostos brota a síntese, uma harmonia momentânea, que logo encontrará outra oposição e que dará lugar a uma nova tese, da qual surgira uma antítese, que ira gerar pela composição das duas uma síntese, que será a nova tese, e assim, indefinidamente. O mesmo ocorre na história. A sociedade lentamente vai realizando suas oposições, a tese contraporia a antítese, daí resultaria uma síntese, cujo fim ultimo é o comunismo. O processo histórico é lento, mas pode ser acelerado pela luta de classes. A luta de classes se faz descobrindo os opostos (as contradições), para lançá-los um contra o outro. Assim através de uma interpretação do mundo completamente falseada, se joga os pobres contra os ricos, fazendeiros contra colonos, negros contra brancos, e assim em todos os seguimentos possíveis da sociedade.
O marxismo é uma completa degeneração da filosofia e da ciência, é uma inversão na ordem do ser. Para entender tal assertiva, temos que entender a evolução do pensamento filosófico desde a filosofia clássica grega.
Toda filosofia é a tentativa de explicação racional do mundo. Uma visão que busca entender as coisas como elas são. Mas a razão humana é fraca, e está sujeita ao erro, daí a necessidade de um gênio realmente profundo, penetrante, capaz de penetrar a realidade e conhecer sua estrutura. Na antiguidade grega, apareceram os primeiros filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, preocupados conhecer a realidade e descobrir a verdade – para eles, a filosofia – como define Aristóteles – é a ciência da verdade, isto é, um estudo sério, metódico, crítico, honesto e responsável da realidade metafísica, compreendida esta como tudo que esta além da matéria: meta-física. Lá surgiram pensadores não menos talentosos que se destacam pelo desprezo pela realidade objetiva, exterior ao investigador, estando eles mais preocupados em apresentar seu próprio pensamento, suas opiniões, suas idéias, isto é, mais o produto de sua imaginação intelectiva, que eles consideram como a única realidade: lucubrações mentais, talvez lógicas, mas desconexas com a realidade objetiva e exterior ao homem. Podemos dizer que se trata de um subjetivismo, no qual se pretende apresentar como um pensamento certo e digno de crédito, como uma espécie de certeza interior, mas que, do ponto de vista da honestidade intelectual e pela preocupação de conhecer a realidade, carece de instrumental e de seriedade.
Depois de Aristóteles, a filosofia grega entra em declínio, deixa de explicitar a realidade e como que, se volta para tudo o que já havia sido feito, primeiramente com uma preocupação ética, plasmada no estoicismo e no epicurismo, que retorna à metafísica naturalista dos pré-socráticos e de escolas socráticas menores como a cínica e cirenaica, caindo depois no ceticismo e no ecletismo, quando ocorre o desprezo de toda a metafísica e a anulação da moral, voltando-se para a sofística e para uma filosofia essencialmente prática e hedonista.
Com o advento do cristianismo, a filosofia se revigora. O inicio do evangelho de São João, anuncia aos filósofos que o λόγος, razão do ser do mundo, já não é mais inacessível ao intelecto, o λόγος se fez carne e habitou entre nós. Isso significa que a filosofia com características religiosas se encontra com uma religião capaz de filosofar. A filosofia é um saber que se dirige à inteligência e lhe diz o que são as coisas. A religião se dirige ao homem e lhe fala do seu destino, no caso do cristianismo, um destino que o homem deve fazer. Daí se entende que o cristianismo é uma religião intelectual por excelência, porque não só compromete o homem com o que lhe é mais humano, sua razão, seu intelecto, sua vontade, seu amor pela verdade, mas também com Cristo, que não é somente seu fundador, como também objeto de culto, o Deus-Homem, que se identifica com a verdade, a qual, por esta razão, é uma Verdade absoluta. Com a expansão do cristianismo pela exigência própria da evangelização se impõe com exigência de autenticidade uma filosofia natural, como base de uma nova filosofia, preocupada com o conhecimento da Verdade absoluta.
O esforço dos batizados para serem “bons cristãos”, isto é, para se comprometerem totalmente com a fé ensinada por Cristo, alia a teoria à prática, faz do cristão um homem reflexivo, pois comprometer-se completamente para eles significava não só levar uma vida de acordo coma moral cristã, mas também em concordar sua espiritualidade com a fé, isto é, sua razão, seu intelecto, sua vontade, seus sentimentos, suas paixões, deveriam estar empenhados, uma vez que para amar é preciso conhecer. Para desejar e amar a Deus é necessário conhece-lo, é preciso fazer um esforço intelectual para penetrar nos mistérios da fé. A fé do cristão tem que comprometer a razão, o intelecto, sem a qual se cai no “fidelísmo” uma acepção dos dogmas da fé sem o desejo de compreendê-los. Este fidelismo sempre foi condenado pela Igreja, que exige uma fé razoável, uma fé esclarecida pela razão, uma fé que comprometa o intelecto do crente. Um sentimentalismo religioso não satisfaz o cristão e, por isso, nasce a famosa fórmula, tão freqüentemente usada pelos filósofos cristãos: fides querens intellectum, intellectus querens fidem. A fé busca, exige, solicita o auxilio da razão e a razão também precisa da fé, porque sem a fé não é possível descobrir toda verdade. Por isso, nada contribuiu tanto para o desenvolvimento da cultura como o cristianismo e, portanto, também a cultura espiritual objetiva, enquanto esta é o efeito do desenvolvimento da pessoa. O cristianismo, sendo uma religião intelectual por excelência, desenvolve tanto a pessoa, como a cultura geral objetiva.
Então, a filosofia revitalizada pelo cristianismo, entra pela idade média e vai até o século XIV como uma philosophia perennis, que relaciona a verdade metafísica com o culto religioso da λόγος-Cristo. Mas com o renascimento, se restabelece a ligação com a cultura pagã grega, principalmente com aquelas correntes filosóficas decadentes, voltadas para difusão da “imagem” do mundo sem preocupação alguma se este pensamento é ou não sensato. Há a corrupção do pensamento filosófico, porque o pensador livre renascentista e pós-renascentista se sente “livre” das exigências da moral objetiva: da honestidade intelectual. Não somente deixa de lado a preocupação com a verdade, mas lançam com frivolidade mentiras, apresentando-as como verdades.
Surge então o racionalismo como expressão filosófica que, freqüentemente, só apresenta a preocupação pela razão como tal, além de voltar o pensamento para um antropocentrismo hermético.
O cristianismo é debilitado pela ruptura feita pelo protestantismo e perde a força para impedir a reaparição, cada vez mais forte, das diversas correntes do antigo paganismo, que vai penetrando nos costumes dos povos reavivando as correntes imanentistas e panteístas da filosofia.
O nominalismo surge como um pensamento original, mas causa estragados e desvios profundos na filosofia, que duram até hoje. O nominalismo reforçou o subjetivismo, desviando-se novamente da realidade e da verdade objetiva, já que é oposto ao pensamento realista. Kant, Fichte e Hegel introduzem na especulação filosófica a ambigüidade enquanto a possibilidade de conhecer a realidade divina e realidade humana concreta. A filosofia alemã do século XIX herda de Kant a convicção de que o sujeito ordena a realidade exterior que será, que é, sem ele uma espécie de caos, diríamos um não-ser. Kant não fez mais do que reforçar ou sistematizar uma tendência em voga desde Descartes que consiste em negar, a possibilidade da inteligência para conhecer.
Aberto o caminho subjetivista, pensadores como Rousseau, despreocupados com a realidade objetiva, constroem suas reflexões baseadas no individuo e em hipóteses indemonstráveis e contraditórias como a do bom selvagem e de um estado de natureza imaginário, que nega a sociabilidade natural do homem. Para ele, o homem é, por si mesmo, um todo perfeito solitário (l’individu est par lui-même um tout parfait et solitaire), isto é, que pode prescindir da sociedade e da convivência com os demais. Não há a adaequatio rei et intellectus.
Voltaire (1694 -1778) chega a ser um mestre para os pensadores idealistas, influenciados pela sua “filosofia” frívola e libertina. Fichte, influenciado pelos acontecimentos da Revolução francesa, introduz a revolução como um tema obrigatório no currículo filosófico. A idéia de progresso de Condorcet e de Comte, vinculada com a de mudança e aplicada na sociedade como uma realidade concreta, estudada na sociologia, permite que a revolução, algo que acontecia apenas no âmbito político e histórico, tome novas dimensões filosófico-sociológicas, inclusive teológicas.
Com pensamento idealista de Hegel (1770-1831), o imanentismo e o panteísmo com temática religiosa Bíblica, secularizam a religião cristã, reduzindo-a a uma pseudofilosofia. Sua filosofia da história é apresentada dentro de uma dinâmica dialética, na qual a Trindade é reduzida a um permanente processo dialético de sucessivas teses, antíteses e sínteses, na qual a idéia se realiza alienando-se. Assim, a história deixa de ser um fenômeno próprio da humanidade, ocupando o primeiro lugar no mundo idealista de Hegel. Sendo segundo Hegel, todo o racional real, e todo o real racional, justificando-se assim tanto as posições realistas como idealistas. Seu subjetivismo imanentista e auto-suficiente, que também pode ser entendido como panteísta, encerrando o Espírito absoluto na consciência e talvez o identificando com Deus, o que por sua vez é identificado com o “mundo” permite dar a história um sentido novo, confundindo-a com um Deus panteísta. Assim na cosmovisão de Hegel, o protagonista dos acontecimentos já não é Deus, nem o homem, mas sim a História como um permanente vir a ser, que arrasta consigo o homem e limita Deus na consciência humana. Vê-se que é construção puramente intelectual e hermética, mas não filosofia em seu sentido pleno. Feuerbach adapta o pensamento de Hegel, colocando a meteria no lugar da idéia - Espírito e assim o processo dialético da história toma um caráter puramente materialista e mecanicista. Karl Marx (1818-1883) cria uma síntese destas idéias apresentando seu “materialismo histórico” e seu “materialismo dialético”, ambos completamente “idealistas” e, por tanto, arbitrários e gratuitos. Sem embargo, é precisamente Marx quem introduz conceitos novos na filosofia, afirmando que a revolução consiste na “inversão de todas as relações, inverte as relações pondo o homem no lugar de Deus, a mentira no lugar da verdade, o ódio no lugar do amor, a luta de classes no lugar da convivência fraternal, etc. Assim a filosofia se desvia de seu objeto e de seu fim, se corrompe e se perverte, apresenta apenas um rigor semântico, e ganha uma projeção universal, pois se propaga através de slogans, mas se torna um emaranhado de idéias contraditórias, quase intransponível para espíritos que embora com algum rigor intelectual, não dispõe de uma visão aguçada das realidades mas apresentam uma erudição venenosa, eivada desses “princípios” subjetivistas que acabamos de expor.
Como fruto dessa pseudo filosofia, tivemos no Brasil a partir da década de 60 uma forte influência do pensamento desenvolvimentista.
O desenvolvimentismo no campo teórico pratico é a consciência de que somos um pais de passado colonialista, subdesenvolvido e que necessita superar essa condição. A idéia assim expressa no senso comum é inatacável. Qualquer que vá contra tal idéia, terá muito trabalho para demonstrar o contrário, ao passo que o simples enunciado do desenvolvimentismo se torna imediatamente “evidente” e aceitável a qualquer cidadão.
Aqui vemos aquela inversão na ordem do ser que comentamos mais atrás. A idéia do subdesenvolvimento, e do nosso passado colonial miserável, se tornou a idéia central em torno da qual todos os outros discursos e práticas sociais se agruparão. É à idéia, ao discurso que se dá importância, não a fatos reais. Assim, se prega o desenvolvimento, sem se empenhar ao desenvolvimento real.
A questão do abolicionismo que comentamos inicio desse capitulo é um exemplo notável dessa inversão.
Hoje, não festejamos a princesa Isabel mas Zumbi dos Palmares, por que, sob a linguagem positivista que defendia a abolição estavam expressos interesses de ordem econômica nacional e estrangeira, enquanto que Zumbi, esse sim tinha a real noção do que era ser escravo.
Bem esse conceito que também parece ser irrefutável, esconde uma outra noção, que é a “real” propulsora de todo esse mecanismo, que nos impede de pensar nossas realidades, a saber, a idéia marxista de consciência alienada.
Para Marx são cinco os tipos de alienação: alienação religiosa, filosófica, política, social e econômica, esta ultima a principal, fonte das outras quatro.
A consciência alienada seria, dentro desse contexto, o representar-se a si próprio como objeto sabendo que tem em outra consciência o seu sujeito. (VIEIRA DE MELLO; p. 50, 1980). Transposta para a dinâmica de pais subdesenvolvido/pais desenvolvido; colônia/metrópole, a consciência sujeito é a modalidade estrutural da metrópole e a consciência objeto é a modalidade encontrada na consciência de qualquer colônia.
Mas com qual finalidade é que se faz essa inversão?
Para transformar a sociedade, o marxismo necessita promover a luta de classes. No Brasil, depois do fracasso de Luiz Carlos Prestes, na implantação do comunismo, foi necessário abandonar o objetivo da luta de classes, como forma de transformação da sociedade, e substituí-la pela revolução cultural, uma revolução que atua no campo das idéias e dos costumes.
Assim, o verdadeiro escopo das idéias desenvolvimentista não é o desenvolvimento econômico do país, mas a implantação das “reformas progressistas”, pregadas pelo marxismo.
No período da guerra fria, a URSS acusava os EUA de exercer imperialismo econômico sobre as nações fracas e subdesenvolvidas, sem dizer também de seu próprio “imperialismo” totalitário sob nações igualmente fracas e subdesenvolvidas.
Como vemos tal ideologia filosófica esconde a realidade e faz nosso pensamento girar em torno de idéias descoladas de suas de suas essências.
O marxismo considera que toda a história da filosofia, da política, da religião se passaram na ignorância de verdades fundamentais, que são os interesses econômicos que se escondem por trás das idéias. Argumento demasiadamente ingênuo e simplista, que não pode revelar senão pontos acidentais de certos fatos. O marxismo desenvolve uma ciência nova, a ciência da revolução, com a finalidade de promover cientificamente a luta dos opostos, com a finalidade estratégica de revelar e destruir todos os obstáculos a uma sociedade igualitária. Sua tática consiste em fomentar apenas as ações que contribuem para destruir todas as classes e ordens estabelecidas que mais impedem o nivelamento total da sociedade.
Por isso não podemos ter orgulho da abolição oficial dos escravos, mas da luta para a libertação, assim, os bandidos, grupos criminosos que atuam nos presídios, na verdade, são heróis. Provenientes das camadas mais baixas da população, na verdade não são criminosos, são espoliados do sistema capitalista, seus atos são atos de libertação.
Platão já dizia na Republica, que após a democracia, viria necessariamente uma tirania que seria imposta ao povo, como garantia de seus direitos, ameaçados pela desordem das paixões desenfreadas.
Depois do divórcio, movimento gay, do MST, da liberação da maconha, em um momento qualquer do processo de revolução cultural, será necessário que as forças progressistas, travestidas de democráticas, expurgem seus amigos delinqüentes, agindo com força, entre aplausos da população, como aconteceu na revolução francesa com Robespierre, na revolução comunista para Lênin, no nacional socialismo, para Hitler, na revolução cultural de Mao Tse-tung e na revolução cubana de Fidel Castro.
Através dessas estratégias habilmente dissimuladas, a massa vai sendo desavisadamente preparada para vivenciar o advento da ditadura sangrenta como um consolo e uma libertação. O regime criminoso, como sempre aconteceu, será cimentado com o sangue dos criminosos. O marxismo não admite delinqüentes porque ele é o monopólio estatal da delinqüência. (Carvalho, 2006).
A expansão da criminalidade denunciada como estratégia revolucionaria por Olavo de Carvalho, foi anunciada em 1983 por Plínio Correa de Oliveira, em um artigo intitulado “Quatro dedos sujos e feios”, com impressionante precisão. (Folha de São Paulo, 16/11/1983)
Conhecer os fatos, demonstrar suas causas mais profundas, suas relações de causa e efeito, sua teleologia, isso é filosofia. A filosofia não é saber o que os pensadores pensaram, mas é a busca da verdade.
E esse aspecto da filosofia que tem sido descuidado nos ambientes intelectuais, em favor de determinadas análises cuja base, poucos, mesmo entre os meios acadêmicos são capazes de discernir.
Assim, o estudo da filosofia será, daqui em diante, cada vez mais necessário para a compreensão da realidade social e política, no Brasil e no Mundo, uma vez que a realidade hoje se mescla com o discurso sobre a realidade. Esse discurso, por ser intencional, visa a um fim fora da realidade, no sentido de se criar uma outra “realidade” ideal, que reside no imaginário individual e na opinião publica. O que se fala hoje em política e em direitos, esta fortemente imbuído de uma subjetividade.
Esse problema se desdobra para o plano ético, na mesma perspectiva de ruptura com o real.
Com a aparição das “Críticas” de Kant (1724-1804), toda a filosofia moderna vem defendendo mais ou menos explicitamente e por razões e sistemas muito diversos, a separação intransponível entre o mundo da metafísica e o mundo da moral, entre o plano especulativo e o prático, entre o ser e o dever ser, entre a realidade e o valor entre seus juízos correspondentes, quer dizer, há uma recusa de toda conexão entre o objeto axiológico e da ética e o da metafísica.
Kant colocou fora do alcance válido da inteligência especulativa o mundo noumênico ou das em si, em sua Crítica a razão pura, concluindo com um agnosticismo metafísico, em sua segunda Crítica tentou reabilitar de algum modo esta mesma realidade e a correspondente capacidade humana de capta-la por um caminho distinto da inteligência, e da Razão prática e vontade, dando valor para as coisas em si, não como objetos, mas como base indispensável de toda a atividade ética.
A realidade inalcançável e por sua vez inatacável pela via da razão especulativa, colocada além do âmbito de sua atividade válida, surgirá no domínio da moral como postulado não demonstrado, mas indispensável para seu exercício. Por um lado, colocou na ordem da Razão especulativa, a impossibilidade radical de elaborar uma metafísica; por outro, na ordem da Razão prática e da vontade, o mundo dos postulados éticos e os respectivos juízos de valor. Deste modo fica estabelecida de forma intransponível a separação entre a metafísica, impossível para a inteligência humana, e a ordem moral, que se impõe como um fato para a vontade pela “Razão prática” em um imperativo, cuja obrigação emerge a priori de elementos puramente formais dessa mesma razão, e a independência, desde seus mesmos fundamentos, entre a ordem ontológica e a ordem ética erguido sobre bases puramente formais, e entre ele e um mundo axiológico de valores. A separação da moral de seu fundamento metafísico é o patrimônio kantiano herdado e conservado pela filosofia moderna até nossos dias. A ordem de ser e do vir a ser tornaram-se incomunicáveis e expressam para a filosofia moderna um dualismo irredutível.
A partir de Franz Brentano, (1838-1917), com o redescobrimento da intencionalidade e da atividade espiritual, já a muito tempo tratado por Santo Tomás de Aquino (1395 -1455), a filosofia contemporânea se voltou tanto contra o positivismo e psicologismo do final do século XIX como também contra Kant e o idealismo transcendental. Sem embargo, não havia conseguido uma evasão definitiva do transcendentalismo, pois enquanto no plano gnosiológico não alcança a realidade, detendo-se no puro “objeto” vazio de “ser”, na moral, e em geral, na atividade prática, ainda em seus esforços por combate-lo é, todavia auxiliadora do pensamento kantiano.
Max Scheler (1874 -1928) e N. Hartmann (1882-1950), são dois pensadores que mais apropriadamente se destacaram em tratar o formalismo a priori da moral kantiana, mas sem superar sua dualidade.
A crítica que Marx Scheler dirige a Kant, e com ele toda escola axiológica contemporânea, se bem que seja válida não chega, porém a raiz do problema que arruína desde sua origem a moral do filósofo de Königsberg. Os valores introduzidos por Scheler em que se apóia toda a moral não são puramente formais, destituídos de conteúdo como o imperativo categórico de Kant, mas tampouco atingem o ser, não subjetivos apenas válidos universalmente e independentemente da subjetividade, mas não por via intelectual ou de objetos, senão pela via emotiva de simples validade. A atividade moral implica uma pessoa que captando esses valores os realiza ou destrói os vícios. O valor da moral consiste precisamente na realização de valores hedônicos, vitais, espirituais e religiosos, conforme a hierarquia em que nos são dados. Os valores passam do dever ser para o ser mediante a atividade moral da pessoa. Porém é preciso perceber que na filosofia de Scheler, o fundamento de toda atividade moral se apóia em valores e em uma pessoa destituída de ser. Deste modo semelhante esforço inicialmente bem orientado do filósofo fazia uma articulação da moral na realidade, mas, reincide na moral kantiana que combate, a causa da separação do valor e do ser. Ambos os sistemas, antagônicos entre si, convivem em definitivo no que a moral carece de raízes em seu ser, e se ligam nas formas a priori subjetivas, em um caso, nos valores materiais ou de conteúdo puramente não-lógicos ou não-metafísicos em outro.
Há no sistema dos dois filósofos uma recusa de bases já formuladas por seus predecessores na tradição como Santo Tomás. Há um hiato que distingue radicalmente as duas filosofias, e que impede a solução dos problemas e o avanço posterior da discussão filosófica do tema, que consiste no seguinte: São Tomás inserindo a ordem moral no ser sob seu aspecto de bem, pode dar uma base metafísica e intelectual de que irremediavelmente carece Scheler, precisamente por não haver superado o dualismo metafísico moral de Kant. Tal questão merece ser estuda, por você que está lendo agora estas notas. È preciso refletir na influência enorme que Kant exerce em nossas universidades e em toda a nossa discussão a respeito da moral, e lançar um olhar para o que foi “esquecido” ao longo dos séculos, como se nunca houvesse existido com as conseqüências desastrosas para a moral.
O paradoxo é que com esta separação aberta entre a moral e a metafísica se pretende, a partir do mesmo Kant, levantar o edifício moral sobre bases mais sólidas, postas protegidas de todo ataque dirigido contra a metafísica seu objeto e o valor da inteligência. E com estas intenções temos a impressão que se procura por diversos caminhos substituir a moral de fundamento metafísico por outra de base formal ou puramente axiológica, uma moral heterônoma cujas raízes se inserem e se alimentam do ser e, em última instância, do Ser absoluto transcendente ao homem, por uma moral autônoma, que emergindo e nutrindo-se nas últimas exigências práticas da vontade, quando não da emotividade ou sensibilidade, vale hic et nunc para o homem, independentemente de todo valor real absoluto.
Subjacente à moral axiológica contemporânea está a conjunção de dois princípios a saber: o agnosticismo metafísico, nem sempre confessado, e, um esforço para dar bases incontestáveis a moral, que leva – que gera o agnosticismo – e busca por todos o meios possíveis uma fundamentação a-metafísica da ética. E neste agnosticismo metafísico que da origem, conforme o caso, a uma fundamentação quer formalista quer axiológica da ética, nós sempre tropeçamos com o sistema de Kant.
Porém a realidade é outra. As coisas não são nem acontecem como os filósofos querem e dizem, senão simplesmente como são. Já a verdade, semelhante a moral desvinculada da ordem metafísica e posta, segundo seus representantes, ao abrigo de todo ataque da razão, desde que renuncie a sustentar-se na ordem especulativa, está destituída, ipso facto de todo apoio ontológico e de toda a correspondente justificação intelectual e privada por isso mesmo da única fundamentação objetiva possível, uma vez que no âmbito da moral, como em qualquer setor filosófico, uma verdade ou um sistema de verdades ou se demonstra pela inteligência justificando-se perante ela ontologicamente, quer dizer, como objeto-ser, como algo que se imponha pela evidência, ou não se justifica ao todo. O objeto da filosofia compreende todas as ordens da realidade, mas a própria filosofia como disciplina ou é racional ou fica exposta a todas as arbitrariedades e desvarios subjetivos sem possibilidade de crítica, e então já não é filosofia. A inteligência é para o homem a única porta que dá acesso imediato à verdade. Renunciar a ela e buscar por outros caminhos essa verdade, na realidade não é senão cegar a única fonte de luz que possui. Agora então, se toda justificação possível da ordem moral deve se realizar pela via intelectual e se toda atividade da inteligência se apóia e recebe seu valor do ser e, em última análise, do Ser absoluto de Deus, toda fundamentação da moral deve ser por isso mesmo ontológica, metafísica.
Este é o problema central, da moral, que é análogo e solidário ao problema fundamental do conhecimento. Assim como no plano especulativo se aborda o problema gnosiológico acerca do alcance e valor objetivo do conhecimento, assim no plano da atividade prática coloca-se o problema moral de saber se a atividade humana esta ou não sustentada e regulada por exigências ontológicas.Trata-se com efeito de saber, em geral, se a atividade humana se desenvolve no seio de sua própria e exclusiva imanência, sem nenhum contato nem dependência com o mundo exterior (que seria neste caso uma simples projeção fenomênica sua), ou se ao contrário, toda ela esta aberta para o ser transcendente que a condiciona e determina como seu fundamento e seu fim, assim na ordem especulativa como na ordem prática e “poiética”.
A solidariedade dos problemas aparece em todos os grandes sistemas filosóficos. O idealismo transcendental – já virtualmente pressuposto em Kant – que nega a dependência da atividade intelectual em relação ao ser extra-mental, nega logicamente a relação da vontade com seu objeto, e o autonomismo da inteligência na determinação do objeto metafísico é autonomismo prático na determinação da lei moral para a vontade livre. Não é de outra forma que a fenomenologia contemporânea, que na ordem especulativa reduz o alcance da intenção do objeto da inteligência, despojando-o do ser no seio sua própria imanência, a ordem prática moral reduz a intencionalidade dos bens ou fins ontológicos implicados na atividade da vontade para “valores” ilógicos desprovidos do ser. Caso seja negado ou posto em dúvida o valor real do objeto da inteligência, ipso facto cai também o valor real dos fins em que se apóia a atividade livre (e portanto a moral) da vontade.
A aceitação da filosofia moderna, não foi a solução para criar uma base de pensamento brasileira. Tanto o positivismo anti-filosófico, como o marxismo anti-cientifico, foram um desserviço à “ filosofia” brasileira. O primeiro rompeu as bases pensamento brasileiro, originalmente inserido na cultura colonial (jesuítica, indígena, negra e portuguesa), o outro, fez com que o país deixasse de ser uma realidade autônoma e independente, para passar a ser uma das partes da luta universal entre exploradores e explorados. De nação jovem e inexperiente que se explica por si por si própria, passa a ser uma nação proletária, explorada, que se explica pela ação malévola das nações desenvolvidas. (Vieira de Mello, p. 58, 1980).
O ideal civilizatório de Anchieta, já não se encontra mais em nossas almas, afinal, ele próprio seria um imperialista.


Um comentário:

Unknown disse...

professor coloca os liks mais amostra porque e foda achar o q vc pede por aqui