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domingo, 1 de fevereiro de 2009

AS CATEGORIAS DE ARISTÓTELES


Aristóteles ensina Alexandre o Grande


Em geral, qualquer noção que sirva como regra para a investigação ou para a sua expressão lingüística em qualquer campo. Historicamente, o primeiro significado atribuído às Categorias é realista: elas são consideradas determinações da realidade e em segundo lugar, noções que servem para indagar e para compreender a própria realidade. Assim entendeu-as Platão que as chamou "gêneros supremos" e enumerou cinco de tais gêneros, a saber: o ser, o movimento, o repouso, a identidade e a alteridade (Sof, 254 segs.). Como alguns desses gêneros se ligam entre si e outros não, assim também as partes do discurso, isto é, as palavras, se ligam juntamente, e quando tal mescla corresponde à real, o discurso é verdadeiro, do contrário é falso (Ibíd., 263 segs). Essa correspondência entre a realidade e o discurso, mediante as determinações categoriais, é também a base da teoria da Aristóteles. Este, porém, parte de um ponto de vista lingüístico: as Categorias são os modos em que o ser se predica das coisas nas proposições, portanto os predicados fundamentais das coisas. Enumera dez categorias, exemplificando como segue:

1º Substância, ex.: homem ou cavalo;

2° Quantidade, ex.: dois metros;
Quantidade. Acidente predicamental decorrente da sensibilidade da matéria e que consiste essencialmente na divisibilidade interna. — Div. Quantidade contínua e descontínua // Quantidade formal (ou definida); a que é constituída pelas dimensões determinadas ou pela atualidade de tal ou tal figura; Quantidade virtual: a que é susceptível de receber tal ou tal qualificação determinada.

3º Qualidade, ex.: branco;
Qualidade. Acidente que modifica intrinsecamente a substancia. — Existem quatro espécies de Qualidade. s: a forma e a figura, relativas à medida da quantidade; a potencia e a impotência que afetam o sujeito enquanto capaz de atividade; a paixão, que afeta o sujeito enquanto susceptível de alteração; o habitus e a disposição, que afetam diretamente a própria natureza do sujeito.
As Qualidades sensíveis; as que afetam os sentidos. — Div. Qualidades primeiras; as que se referem à quantidade ( = a extensão, a figura ou a forma, o movimento e a resistência); Qualidades segundas: as que são o objeto de um sentido próprio (= cor e luz, som, cheiro, sabor, calor e qualidade táteis, etc.)

4º Relação, ex.: maior;
Relação. Relação predicamental:maneira de ser que consiste numa relação acidental com outra coisa (Ex. A Relação de paternidade). Relação Transcendental: propriedade pela qual um ser esta em harmonia essencial com outro e só se pode definir por ele (EX. A Relação da inteligência com a verdade ou a relação da vontade com o bem).

5º Lugar, ex.: no liceu;
Lugar. Sistemas de relações entre um corpo dado e outros corpos tomados como referencias.

6º Tempo, ex.: ontem;
Tempo. Medida do movimento segundo o antes e o depois.

7º Situação, ex.: está sentado;
Situação. Acidente que designa as partes de um corpo num lugar (Ex. Estar deitado, ou estar sentado).

8º Ter, ex.: usa sapatos;

9º Agir, ex.: cortar;
Ação. Operação ou ato segundo (=acidente constituído pelo exercício atual da potencia causal). Contr. Paixão – Div. Ação. imanente:aquela cujo termo está no sujeito que age (Ex. O pensamento); Ação. transitiva: aquela que tem seu termo fora do sujeito). (Ex. Construir uma casa). — Ax. “A Ação. é do sujeito” (Actiones sunt suppositorum) o homem é que vê e não seu olho, quem bate e não a mão, quem julga e não a inteligência. — “A Ação. está no paciente” (Actio non est in agente, sed in patiente), porque a Ação. (como efeito produzido) só pode ter realidade no paciente, i. é. Constitui junto com a paixão, numa só e idêntica realidade.

10º Paixão, ex.: ser cortado (Top., I, 9, 103 b 20 segs.; Caí., 1 b 25 segs.).
Paixão. O termo correlativo da ação, i.é., o fato de receber (ou padecer) a ação. — Como categoria: acidente em virtude do qual o paciente e atual e formalmente paciente.


A relação entre as Categorias. e o ser é assim explicada: "Desde que a predicação afirma às vezes o que uma coisa é, às vezes a sua qualidade, às vezes a sua quantidade, às vezes a sua relação, às vezes a que faz ou o que sofre e às vezes o lugar onde está ou o tempo, segue-se que tudo isso são modos do ser" (Met., V, 7, 1017 a 23 segs.).

2 comentários:

melhores piores piadas infames disse...

as categorias designam os fatores por assim dizer, que um homem pode enxergar a realidade, fora dessas categorias não há categoria adicional por onde o homem poderia conhecer a realidade, converter a realidade em símbolos linguísticos e consequentemente tomar conhecimento da realidade ou refletir sobre ela. Poderia existir uma categoria a mais não listada pelo homem? Porque o homem não tem a capacidade de ter noção dela assim como um animal inferior só tem noção de luz e escuro e não poderia ter noção de cor assim como o homem tem, assim o animal simplesmente não poderia nunca fazer ideia da cor, assim desse jeito, poderia haver uma categoria que não temos noção por não termos em nossa natureza os meios de detectá-la ou reproduzi-lá? Ou não há meios de responder isso?

J.A.Mannis disse...

Há certamente categorias que não conhecemos por não poderemos identifica-las com os recursos de comuns de nossos sentidos. Contudo o que mais me preocupa não é o que não conhecemos, mas o fato de que algumas classificações se tornam difíceis, as vezes impossíveis por serem dupla ou triplamente aplicáveis a mais de uma categoria proposta por Aristoteles. Por exemplo: ANTES e DEPOIS referem-se a categoria QUANDO ou a categoria RELATIVO? ATIVO e PASSIVO referem-se à categoria FAZER ou à categoria QUALIDADE?