Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Licenciado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Especialista em Educação no Ensino Superior. Especialista em Filosofia pela UNESP. LICENCIADO EM PEDAGOGIA - UNESP. BACHAREL EM TEOLOGIA PELA FACULDADE DA CONGREGAÇÃO DOS MISSIONÁRIOS CLARETIANOS
SE O TEMPO FOSSE OURO..., TALVEZ PUDESSES PERDÊ-LO. - MAS O TEMPO É VIDA, E TU NÃO SABES QUANTA TE RESTA.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
SEGUNDO ANO – AULA 3 - IMAGINAÇÃO
A IMAGINAÇÃO
I. NOÇÃO DE IMAGINAÇÃO
1. Definição de imaginação. — A imaginação é a faculdade de se representar ou de combinar imagens de objetos ausentes, reais ou possíveis. Pela imaginação, podemos, não só evocar coisas anteriormente percebidas, como também inventar ou criar, em nosso espírito, coisas que, na realidade, não existem. As imagens evocadas se assemelham às sensações que as produziram, havendo, portanto, tantas classes de imagens quantas classes de sensações capazes de as provocar. A imagem, sendo a reprodução da sensação, é mais atenuada do que esta, mas, em certos casos, pode adquirir grande intensidade, como acontece na alucinação.
2. Condições orgânicas e psíquicas. — O exercício perfeito da imaginação, exige, como condição fisiológica, o equilíbrio orgânico e a integridade funcional do sistema nervoso. Os distúrbios fisiológicos refletem-se na atividade imaginativa, deprimindo-a ou exaltando-a. As condições psicológicas da imaginação são as seguintes: a) Condições intelectuais — a imaginação retira seu material dos conhecimentos adquiridos; no reservatório da inteligência ela escolhe certos elementos, dissocia para, em seguida, associá-los em complexos novos. b)Condições afetivas — as disposições afetivas exercem profunda influência sobre a dinâmica imaginativa; o medo, o amor, o sofrimento, a tristeza, a alegria, têm sido as fontes geradoras de todas as grandes criações da imaginação.
A essas condições psicológicas, devemos acrescentar dois fatores de suma importância: a influência da inspiração que representa, muitas vezes, a condição inconsciente da criação imaginativa e a influência do ideal, princípio de unidade, sob a forma de idéia fixa ou de paixão, que vamos encontrar, quase sempre como ponto de partida das grandes construções da imaginação.
II. NATUREZA DA IMAGINAÇÃO
3. Estrutura da imaginação. — Os psicólogos costumam distinguir duas formas fundamentais de imaginação: a imaginação reprodutora e a imaginação criadora. A imaginação se diz reprodutora quando as imagens são reproduzidas ou evocadas, correspondendo, assim, a coisas realmente percebidas. Esta forma de imaginação se confunde com a memória (sem o reconhecimento), sendo, por isso, chamada por alguns autores de memória imaginativa.
A imaginação se diz criadora quando as imagens criadas ou inventadas não correspondem a nenhuma percepção real, tais como: dragões, centauros, fadas, sereias, etc. Objeta-se, entretanto, que a imaginação não cria propriamente imagens, mas apenas dissocia ou associa, modifica ou combina representações antigas. Na realidade, porém em qualquer das formas de imaginação, não existe nunca uma reprodução passiva de dados. A produção da mais simples imagem obedece a uma iniciativa pessoal. Á imaginação é, em todos os casos criadora "porque consegue — com material continuamente utilizado — produções sempre novas e originais".
4. Tipos de imaginação. — Podemos classificar os tipos imaginativos considerando, não só as imagens que predominam na vida psíquica de cada indivíduo, como também o modo de elaboração das imagens e a direção da atividade imaginativa.
Quanto às imagens dominantes, distinguem-se: a) o tipo de imaginação visual — em que predominam as imagens de cores, formas e linhas, como nos pintores e escultores; b) o tipo de imaginação auditiva — em que predominam as imagens de sons, como nos músicos e em certos poetas; c) o tipo de imaginação motriz — em que predominam as imagens motoras, como nos indivíduos cujo pensamento se objetiva, a todo o momento, por palavras, gestos e movimentos.
Quanto ao modo de elaboração das imagens, distinguem-se: a) o tipo de imaginação difluente, em que predomina o devaneio lírio e a fantasia; b) o tipo de imaginação plástica, caracterizado pela nitidez e precisão das imagens.
Quanto à direção da atividade imaginativa, distinguem-se: o tipo de imaginação artística, caracterizado pela riqueza e espontaneidade das imagens; b) o tipo de imaginação científico, em que a fecundidade imaginativa se subordina ao espírito de objetividade e de investigação; c) o tipo de imaginação prática, em que a produção das imagens se orienta para a atividade prática e utilitária.
5. Patologia da imaginação. — As alterações patológicas da imaginação se traduzem por uma exaltação ou depressão mi produção das imagens. A hipertrofia da imaginação se acompanha, às vezes, da mitomania que é a necessidade mórbida de inventar e de mentir. A atividade imaginativa se exalta nos estados histéricos, paranóicos, parafrênicos, toxicomaníacos etc. A imaginação se deprime nos estados de demência, confusão, oligofrênia, etc.
6. Função da imaginação. — A imaginação tem um valor considerável em todas as formas de atividade humana.Sua influencia se faz sentir, imperiosamente, em todas as ações do homem, mesmo naquelas, na aparência, desprovidas de contribuição imaginativa, como o trabalho manual ou as ocupações comerciais e industriais.
Na arte e na literatura, seu valor é imenso, pois é ela que ficção, concebe o ideal, e dá vida, colorido e originalidade à obra artística, a qual, sem o alento da imaginação, seria apenas uma cópia fria e banal da realidade. Na ciência, não é menos valiosa a sua contribuição, pois o trabalho imaginativo é a fonte donde dimanam as hipóteses que conduzem às descobertas.
Na vida individual, a influência da imaginação é benéfica, pois é pela mesma que reagimos contra a rotina, o prosaísmo e a banalidade, impregnando a nossa vida de ideais de trabalho, de cultura e de espiritualidade. Uma imaginação excessiva e transbordante pode, entretanto, ser perniciosa, de vez que exagera as reações afetivas, exaltando as paixões; deforma a inteligência, falseando o juízo e criando idéias utópicas; anula a vontade, deturpando o caráter.
"A imaginação e a inteligência, diz Bossuet, se unem e se auxiliam ou se embaraçam mutuamente. O bom uso da imaginação consiste em tornar o espírito atento, em sustentar e fixar o pensamento. O mau uso consiste em deixá-la decidir".
Exercícios.
Esclarecer a definição de imaginação.
Caracterizar as condições orgânicas e psíquicas da imaginação.
Explicar a estrutura da imaginação.
Assinalar os tipos de imaginação.
Descrever as alterações patológicas da imaginação.
Mostrar a função da imaginação na vida psíquica.
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